sábado, 17 de dezembro de 2011

Gregório de Matos

Nascido em Salvador no dia 23 de Dezembro de 1636 e morreu em Recife no dia 26 de Novembro de 1695; Se tornou advogado poeta sendo um dos maiores influentes escritores do Barroco, conhecido como “O Boca do Inferno” foi o realizador de inúmeras sátiras envolvendo o costume e gosto do povo de todas as classes sociais;
                No ano de 1642 entra no Colégio dos Jesuítas, na Bahia. Foi muito criticado por seus sonetos e suas sátiras também se referirem aos Padres e Freiras ou, ter até mesmo, um ar erótico. Ex.:

“A despedida do Mau governo que fez este governador”
Senhor Antão de Sousa Meneses,
Quem sobe a alto lugar, que não merece,
Homem sobe, asno vai, burro parece,
Que o subir é desgraça muitas vezes.
…………………………………
Pois vá descendo do alto, onde jazia;
Verá quanto melhor se lhe acomoda
Ser homem em baixo, do que burro em
cima.”

Ele também escreveu poesias Sacras e lírica

Poesia Sacra

Ato de contrição, Depois de se confessar
“Bem sei, meu Pai soberano,
que na obstinação sobejo corri, sem temor
nem pejo, pêlos caminhos do engano: bem
sei também que o meu dano muito vos tem
agravado porém venho confiado em vossa
graça e amor, que também sei, é maior,
Senhor, do que meu pecado.”

Poesia lírica
“Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformará
Mas vejo que por bela, e por galharda,
Posto que os anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.”
“Enfada-se o poeta do escasso proceder
de sua sorte”
Ó que cansado trago o sofrimento,
Ó que injusta pensão’ da humana vida,
Que dando-me o tormento sem medida,
Me encurta o desafogo de um contento!
Nasceu para oficina do tormento
Minha alma, a seus desgostos tão unida,
Que por manter-se em posse de afligida.
Me concede os pesares de alimento.
Em mim não são as lágrimas
bastantes Contra incêndios, que ardentes
me maltratam, Nem estes contra aqueles
são possantes.
Contrários contra mim em paz se tratam,
E estão em ódio meu tão conspirantes,
Que só por me matarem não se matam.

By.: Matheus e New

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